terça-feira, 24 de maio de 2011

O poder do esmalte vermelho

Começou uma ou duas semanas atrás. Um olhar diferente sobre mim. Eu me vendo de um jeito diferente. Mais crítico, mais exigente, mais duro. A minha casa não está como eu gostaria. Isso falando de fora pra dentro. Ajusto a lente, aumento o foco, triplico o zoom. A minha casa não está como eu quero. Minha casa. O lugar onde EU moro. Meu invólucro, meu suporte nesse mundo. Meu corpo.

Me olho no espelho e acho que meu cabelo está sem jeito – será que acertei com essas luzes? Será que vou ter que sucumbir a mais uma selagem, agora que descobri que aquilo realmente tem formol? Minha pele está meio sem viço – resultado de algumas noites mal dormidas, por causa da torcicolo persistente que não me dá descanso. Minha barriga, ah esses quilinhos a mais... Acho que nunca tive tanta celulite. Tenho que tomar jeito, preciso voltar a malhar, pedalar aos domingos, controlar meu apetite, que anda de mãos dadas com a ansiedade de... De quê? Ansiedade de quê? Ansiosa pelo quê?

Sinto necessidade de beleza, de leveza, de descontração, de liberdade, de frescor... Vou tomar providências. É claro, só depende de mim! Algumas coisas só dependem de mim. Dividir meu tempo, dedicar parte dele a MIM. Ouvir mais músicas, redescobrir ou descobrir do que mais gosto. Comer mais devagar, investir um dinheirinho numas roupas novas. Ler mais.

E pintar as unhas. Ah, as unhas... Que poder maravilhoso emana de mãos bonitas, poderosas, delicadas e firmes. Hum, meu anel dourado de madrepérola... O primeiro passo é fundamental. Joyce me olha e pergunta: que cor? Vermelho!

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