sábado, 12 de fevereiro de 2011

Um jeito mais positivo

Acabo de ver a peça “Quanto tempo da vida eu levo para ser feliz”. Em primeiro lugar, interessante, vale a pena assistir. Estará em cartaz no CCBB de Brasília (DF) todos os fins de semana até o final de fevereiro. Texto legal, atores bons, recursos muito interessantes, história que prende. Muito bom. Recomendo.

Recomendo, inclusive (não principalmente) porque faz bem consumir esse tipo de cultura. Ir ao teatro, ver pessoas diferentes, com mais originalidade, para falar do mínimo, ao se vestir e se expressar do que normalmente se vê no shopping, por exemplo...

Só um parêntese. Por falar nisso, ontem comentava sobre a semelhança das mulheres e homens nesses ambientes típicos de paquera. Cheguei a pensar se não seria mais difícil encontrar alguém numa balada hoje do que antes, sei lá, há uns dez anos, quando eu também estava no páreo (atualmente vivo a minha conquista). Explico o porquê. É que hoje a maior parte das mulheres que não estão fora do padrão (refiro-me àquelas nem gordas nem magras, nem altas nem baixas, nem lindíssimas nem feias, ou seja, as mulheres medianas), costumam ter cabelos de tons, cortes e penteados praticamente iguais; usam modelitos parecidos, bijous e acessórios idem. O mesmo vale para os meninos. No final, fica parecendo que encontrar um bom par é mais questão de sorte do que de diferencial, já que a primeira impressão normalmente é aquela que faz alguém se aventurar nessa busca...

Bom, voltando ao teatro. Pois é, depois de deixar claro que curti a peça, quero falar sobre a minha reflexão. E a resposta está bem arrematada na música que encerra a apresentação: “Você vezes vocês dá quanto?”, ou qualquer coisa assim. Ou seja, você é um inteiro, você são frações, ou você são muitos? De qualquer maneira, a conclusão para onde a peça aponta, e eu concordo com ela, é: o maior evento da sua vida é sua própria existência, e ela deve ser conduzida com carinho e auto-apreço. Assim, também pela mensagem (além do programa, do passeio, do público, dos atores, do texto e dos recursos audio-visuais), a peça foi super legal.

Mas esperava algo diferente.

Esperava que a mesma mensagem fosse apresentada de maneira positiva. Outra abordagem. Esperava que – ao invés de mostrar maneiras como se pode perder o tempo que se deveria ou poderia estar investindo em ser feliz – a peça retratasse maneiras de bem aproveitar o tempo, com dicas de como se tornar mais pragmático no dever de ser mais feliz. Não quero dizer que dessa maneira o espetáculo ficasse melhor. É que meu astral hoje estava mais para saber como fazer do que como não fazer.

Ainda tenho o que pensar sobre o tema. E você? Vezes você, quando dá?

Nenhum comentário:

Postar um comentário